sexta-feira, outubro 16, 2009

Mulher...

(foto retirada da net)

Vozes sussurantes
Cantam melodias
De desejos tímidos.


Mãos que se entrelaçam
Corpos que se unem
Lábios que se beijam.


Momento de paz...


Olhares que se perdem
Num abraço de mulher.

Amo-a
Sua Valsa-Lenta

quarta-feira, outubro 14, 2009

Milagre

"Quando a vida nos fustiga violentamente,
Quando a vida nos destrói sem qualquer piedade,
Quando a vida nos desvia do trilho evidente,
Quando a vida nos enterra desde tenra idade,

Alguém pega no nosso inerte corpo moribundo,
Alguém nos aperta de encontro ao robusto peito,
Alguém derrama sobre nós o amor profundo,
Alguém nos tenta vivificar de qualquer jeito.

Alguém no seu imenso amor incomensurável,
Alguém com a sua grande ternura natural,
Alguém na sua profusa bondade inegável,
Alguém que junta as peças dispersas pelo mal."
(Fátima Nascimento)

quinta-feira, junho 04, 2009

À minha Amada

Os dias passam a uma velocidade vertiginosa... e mais um ano juntas no amor, na paz, na serenidade e no respeito.

Minha querida não interessa o bulício de vozes que depreciam e apontam um amor homossexual. A nossa paz é a nossa força.

E sem constrangimento digo: Amo-a minha querida!

Sua
Valsa-Lenta

segunda-feira, abril 20, 2009

FUNDO DO MAR

No fundo do mar há brancos pavores,
Onde as plantas são animais
E os animais são flores.

Mundo silencioso que não atinge
A agitação das ondas.
Abrem-se rindo conchas redondas,
Baloiça o cavalo-marinho.
Um polvo avança
No desalinho
Dos seus mil braços.
Uma flor dança,
Sem ruído vibram os espaços.

Sobre a areia o tempo poisa
Leve como um lenço.

Mas por mais bela que seja cada coisa
Tem um monstro em si suspenso.

(Sophia de Mello Breyner Andresen 1919-2004)

sexta-feira, abril 17, 2009

ESCADA SEM CORRIMÃO


É uma escada em caracol

e que não tem corrimão.

Vai a caminho do sol

mas nunca passa do chão.


Os degraus, quanto mais altos,

mais estragados estão.

Nem sustos nem sobressaltos

servem sequer de lição.


Quem tem medo não a sobe.

Quem tem sonhos também não.

Há quem chegue a deitar fora

o lastro do coração.


Sobe-se numa corrida

Correm-se p'rigos em vão.

Adivinhaste: é a vida

a escada sem corrimão.


(David Mourão-Ferreira - 1927-1996)

sexta-feira, março 27, 2009

EVOLUÇÃO

"Fui rocha, em tempo, e fui, no mundo antigo,
Tronco ou ramo na incógnita floresta...
Onda, espumei, quebrando-me na aresta
Do granito, antiquíssimo inimigo...

Rugi, fera talvez, buscando abrigo
Na caverna que ensombra urze e giesta;
Ou, monstro primitivo, ergui a testa
No limoso paul, glauco, pascigo...

Hoje sou homem - e na sombra enorme
Vejo, a meus pés, a escada multiforme,
Que desce, em espirais, na imensidade...

Interrogo o infinito e às vezes choro...
Mas, estentendo as mãos no vácuo, adoro
E aspiro unicamente à liberdade."

(Antero de quental)

quarta-feira, março 25, 2009

Nosso Mundo


Descubro em paz
A poesia dos nossos corpos
Doce veludo
Este mundo silencioso



Sua

Valsa-lenta