"Bati no portão do tempo perdido, ninguém atendeu.
Bati segunda vez e outra mais e mais outra.
Resposta nenhuma.
A casa do tempo perdido está coberta de hera
pela metade; a outra metade são cinzas.
Casa onde não mora ninguém, e eu batendo e chamando
pela dor de chamar e não ser escutado.
Simplesmente bater. O eco devolve
minha ânsia de entreabrir esses paços gelados.
A noite e o dia se confundem no esperar,
no bater e bater.
O tempo perdido certamente não existe.
É o casarão vazio e condenado."
(Carlos Drummond de Andrade)
sem título
Há 3 dias
3 comentários:
Valsa Lenta
Tempo perdido jamais se recupera. Porém não é tempo perdido o tempo que passou e se viveu.
Abraço
O Drummond de Andrade sabe dizer coisas de uma forma muito especial...
... melhor mesmo bater à porta de uma casa habitada...
:)
Um abraço
como sempre belos e bem escolhidos posts.
É bom vir aqui.
Maurizio
Enviar um comentário