sexta-feira, fevereiro 27, 2009

O Sol da Plenitude

"Hei-de cantar o sol.
Hei-de cantar o sol
até cair redondo
numa praça pública.
Não o sol loiro, o sol quermesse,
o sol do piquenique das burguesas.
Não o sol que aquece
o sonho das meninas
que flamam nas avenidas
nas tardes de domingo.
Não o sol burocrático,
o sol funcionário de repartição
que todos os dias aparece e desaparece,
e cumpre estritamente o seu horário.
Hei-de cantar o sol.
O sol que brilha no gume das navalhas,
o sol que reflecte na culatra fechada
das carabinas,
o sol que incide
com a violência dum punho fechado
por sobre as vossas cabeças,
donde mana um sangue espesso e conturbado.
Hei-de cantar o sol.
O sol sinistro!
O sol da plenitude!
O sol dos nossos dias derradeiros!"

(de:Jorge Alberto Viegas)

6 comentários:

Unknown disse...

Hei-de cantar ao sol a Felicidade!
um abraço
tulipa

Anónimo disse...

Lindo seu cantinho. Encontrei no Google e nao resisti ao nome sujestivo; Valsa lenta... lindo!

SILÊNCIO CULPADO disse...

Valsa Lenta

Gosto deste grito de esperança e vida.
Há que cantar a emoção sentida.
Há que saber amar
ainda que a voz esteja dorida de gritar.

Abraço

Tony Madureira disse...

OLá,

Lindo!!

Abraço

Artur Gonçalves Dias disse...

Belo Blog


Saudações

Desnuda disse...

É belo o " Sol da Plenitude"....Adorei, querida!

Um especial beijo.