quarta-feira, dezembro 24, 2008

Natal



Estas duas últimas semanas têm sido duras.
Faleceu uma pessoa muito querida. Não era da família, eu sei. Contudo, a nossa família não tem de ser necessariamente a biológica. Recordo-me das palavras de uma psicóloga amiga que dizia “a família podem ser os verdadeiros amigos e até os vizinhos”.
Esta senhora tinha cancro – ainda hoje, não me conformo com esta doença.
Quando eu tinha 20 anos o meu pai faleceu com o mesmo problema, e talvez por isso me seja tão difícil a situação.

É Natal e longe estou da minha família biológica. O mais duro é não ver as crianças – o meu querido afilhado. É demasiado duro.
A vida tem sido madrasta (das más – porque também existem as excelentes) – mas, o passado não o posso mudar. Como adulta que sou cabe-me fazer a triagem e guardar o que foi e é bom. Tudo o resto que me sirva de aprendizagem e me faça crescer sempre mais como pessoa.
A família, meus queridos/as, são aqueles que estão ao nosso lado. Que saibamos ser a família daqueles que nunca a tiveram.
Hoje e neste momento existem crianças a ser maltratadas e violentadas. Populações com fome, quando nós nos empanturramos com os doces tradicionais desta época. E sabem que mais? Quantos de nós nos queixamos da vida que temos e tivemos? Céus!
Há crianças entregues a si mesmas, sem pai nem mãe. Crianças obrigadas a entrarem para tropas de guerrilheiros!

Não vou continuar porque talvez não conseguisse parar.

Dito isto, acho que afinal a minha vida tem sido mãe a não madrasta!

Deixemos por momentos os queixumes.


Um Santo e Feliz Natal a Todos/as Vós!

quinta-feira, dezembro 18, 2008

Vestes de nada!

Rasgo as vestes que trago vestidas!
Despojos!
Sombria a noite
Que impede o amanhecer!

Já deixei de Ser!

domingo, novembro 09, 2008

Nós


Pedaços de lembranças nossas

Agradáveis, intensas e belas.


Um grão de areia

Uma concha

Uma rosa


O caminho

O mar

O Amor!



Um brinde ao nosso Amor!


Sua mulher

Valsa-Lenta

quinta-feira, setembro 18, 2008


Despojada sobre um branco mar
A taça do amor
Cobre seu corpo já púrpura
Ondas vivas
Espumas brancas
Algas
Estrelas-do-mar
Conchas
Búzios

A paz…
Ao som de um violino indolente!


Sua Valsa-Lenta

sexta-feira, agosto 15, 2008

... Voltarei em Setembro...



Vamos de férias. Eu, a minha querida que muito amo e a "nossa" menina. A pequenota precisa correr, saltar... vamos em direcção a praias quentes onde na areia podemos descobrir tesouros (ela delira!). À noite é hora da história antes de adormecer (não pode faltar).


A todos vós o meu muito obrigada.


Regressarei em Setembro... até lá!


Felicidades

Valsa-Lenta

Prémio Dardos


Recebi do Brasil e através da minha amiga http://samdesnuda.blogspot.com/ este prémio: Prémio Dardos.
Tem como objectivo: ”Reconhecer os valores que cada blogueiro mostra a cada dia, seu empenho por transmitir valores culturais, éticos, literários, pessoais, etc. Em suma, demonstram sua criatividade através do pensamento vivo que está e permanece intacto entre suas letras, entre suas palavras…”.E ele tem três condições:*Aceitar e exibir a distinta imagem* Linkar o blog do qual recebeu o prêmio.* Escolher quinze 15 blogs para entregar o Prêmio Dardos.

http://silencioculpado.blogspot.com/
http://sidadania.blogspot.com/
http://o-sol-poente.blogspot.com/
http://tonymadureira.blogspot.com/
http://ocheirodailha.blogspot.com/
http://mulhersemqualidades.blogspot.com/
http://outraescrita.blogspot.com/
http://comadrescompadresecompanhia.blogspot.com/
http://oefeitoplacebo.blogspot.com/
http://rosaleonor.blogspot.com/
http://mariaconceicaobanza.blogspot.com/
http://virtualmenteemazul.blogspot.com/
http://seiquexistes.blogspot.com/
http://joaovideirasantos.blogspot.com/

http://www.porque-me-condenas.blogspot.com/ (minha doce querida)


Felicidades

Valsa-Lenta

sexta-feira, agosto 08, 2008

Doce Mulher Minha


Passo minhas mãos nos seus cabelos cor de trigo
Mergulho na paz nos seus olhos cor de mar
Segredo ao seu ouvido
Pequenos murmúrios de amor.

Não tenha medo doce querida… estou aqui!

Deixe para trás a frenética engrenagem desta sociedade que nos condena, que nos aponta como aberrações… só e apenas por nos amarmos.
Tranquilize agora um pouco no meu peito. Solte as lágrimas salgadas que a oprimem, eu as enxugarei. Não tenha medo de vacilar… estarei aqui para a apoiar. Vacilei vezes sem conta e vezes sem conta me levantei.

Feche um pouco seus olhos cansados. Visualize um belo campo de papoilas em gentis movimentos ao sabor da brisa… sou eu que lhe ofereço. Não arranque nem uma… deixe-as no seu habitat respeitando os espaços de cada uma. Não as pise… sorria-lhes mesmo que uma lágrima sua beije uma delas.

Amo-a
Sua Mulher Valsa-Lenta

P.S. – Minha querida, é bonito saber que existem mais pessoas a respeitar este campo de papoilas.

terça-feira, julho 15, 2008

"Acordo de noite subitamente.
E o meu relógio ocupa a noite toda.
Não sinto a Natureza lá fora,
O meu quarto é uma coisa escura com paredes vagamente brancas.
Lá fora há um sossego como se nada existisse.
Só o relógio prossegue o seu ruído.
E esta pequena coisa de engrenagens que está em cima da minha mesa
Abafa toda a existência da terra e do céu...
Quase que me perco a pensar o que isto significa,
Mas estaco, e sinto-me sorrir na noite com os cantos da boca,
Porque a única coisa que o meu relógio simboliza ou significa
É a curiosa sensação de encher a noite enorme
Com a sua pequenez..."

(Fernando Pessoa)

quinta-feira, julho 03, 2008

Canto


Ilha azul de águas cristalinas
Secretos segredos ocultos
Alianças corpóreas
Bustos de deusas e ninfas
Elegantes pensares
Luxuriosos sentires

Magnificentes
Amantes
Romântica
Ilha
Azul



Valsa-Lenta

quarta-feira, maio 28, 2008


Hoje é um dia especial para nós.


2 anos meu amor...


Amo-a querida


Sua

Valsa lenta

sexta-feira, maio 16, 2008


Absorta ouvi
Um gemido baixinho
Fechei os olhos e escutei
As cordas doridas
De uma guitarra

Desfiava tristeza
De uma alma ausente
De uma mulher perdida

A medo a ergui
Uma lágrima se soltou
Percorreram-na meus dedos
E uma melodia se ouviu

Guitarra minha
Ouve meus gemidos
Ouve meu silêncio triste
Minha alma desamparada

Escuta-me baixinho
Leva-me para o Mar…

Aceito o seu convite minha querida Placi:


Valiosa
Atenciosa
Lutadora
Simples
Assertiva



Liberal
Enigmática
Não-violência
Tolerante
Antidéspota
Sua Valsa Lenta

domingo, maio 04, 2008

A Duas Mães


À Minha Mãe

Num continente diferente, numa cidade distante à beira-mar foi aí que nasci.
Recordo com saudade alguns momentos do tempo de infância. Outros nem por isso…
Minha mãe viu a própria filha perder o andar e a fala, no momento em que o apartamento fora atacado. Com 4 anos percebi que aquelas coisas que andavam pela casa se atingissem o papá ou a mamã, não poderiam pegar-me mais ao colo. Protegeram-nos (a mim e à minha mana) com o próprio corpo. Lembro-me de sentir medo pela minha própria mãe quando se ausentou daquela sala. Fui atrás porque o medo era demasiado refinado. Uns passos mais à frente senti o corpo entrar em convulsão – ao que parece perdi o andar e a fala – o meu cérebro apagou da memória os dias seguintes creio que 15.
Reaprendi tudo… e aprendi tanto ao longo da vida!
Infelizmente o meu pai já faleceu. Mas, a minha mãe continua a mesma mulher – Lutadora!
Mulher que olha de frente e de cabeça erguida para a vida! Ergue-se das cinzas as vezes que forem necessárias. E esta qualidade eu herdei-a ou talvez a tenha aprendido ou apreendido!

Só uma grande dor me toca bem fundo… e não a condeno por isso… por muito que me sinta ferida. A minha homossexualidade é um entrave à aproximação.
Mas, neste dia tão especial só desejo dizer que é uma grande mãe e mulher! Aquela em que muitas vezes coloco o olhar para me erguer.
Um feliz dia Minha Mãe!



À Minha Amada

Meu puro amor, a vida levou-nos por estradas sinuosas e ainda nos leva.
Minha querida, jamais poderei dizer por palavras aquilo que realmente sinto. Um orgulho imenso pela filha que tem e pela pessoa que é.
Não é fácil ser-se mulher, mãe e homossexual. E sabe do que falo!

Neste dia oferto-lhe a brisa do mar… e a mais singela flor do campo.

Doce beijo


Valsa lenta

quinta-feira, maio 01, 2008


PRÉMIO DE LIBERDADE FLORIDA concedido por Lídia - Blog silencioculpado - agradeço as suas palavras e gentileza.
Pela ordem de ideias devo eu oferecer a mais 5 bloguistas.
Certamente ofereceria a outr@s tantos bloguistas - mas, devo respeitar as regras.
Desejo a tod@s um excelente feriado.

quinta-feira, abril 24, 2008

Hoje estou assim... ReVoltada!


Sinto o sangue a ferver-me nas veias!
Ai que Brutos Insanos Aqueles que não souberam dirigir a Liberdade!
Quanta Desigualdade! Quantos tropeços na Liberdade e quando se equilibram trazem Desigualdade e Discriminação!

Para onde vamos?!!!
Sou Homossexual e discriminada Também! Mas, não é o que mais me preocupa!

Pessoas portadoras de deficiência que são colocadas à margem da sociedade – mesmo estando na lei que têm os mesmos direitos. E nós pessoas que nos dizemos “normais” que fazemos?! Nada! Apenas discriminamos aqueles que nada pedem em troca a não ser amor! A não ser Dignidade!

O que me preocupa são crianças abandonadas à sua sorte!
Crianças vítimas de maus-tratos – em que nem a lei os protege. Quantas destas crianças vão para instituições e o Sr.(a) Dr.(a) Juiz(a) bate na tecla em que as criancinhas devem voltar à família biológica!
Vi uma criança de 4 anos arrancar o próprio cabelo e comer cada vez que tinha a visita da mãe! Isto é que me preocupa!
Preferem que regressem às famílias ou que estejam em Instituições do que serem adoptadas por homossexuais!
Não falem daquilo que não sabem! Crianças da mesma família são afastadas nas instituições quando atingem determinada idade! Já nada lhes resta até os irmãozinhos lhe tiram!
Sou homossexual e não faço discriminação de raça, credo ou género!
Poderia adoptar uma criança em idade que muitos casais heterossexuais não querem e de raça diferente! Só tinha amor para lhes dar!

Preocupa-me a violência Doméstica!

O tráfico humano que todos sabemos que o há e que é encoberto e nada se faz!

Preocupa-me o bem-estar dos Idosos que trabalharam uma vida inteira!

Preocupa-me a Educação neste país!

Preocupa-me a Discriminação!

valsa lenta

quarta-feira, abril 16, 2008


Nas mãos a vida rasgada

Pedaços de gentes
Encontros, desencontros
Almas na penumbra
Rostos escondidos
Lamúrias, murmúrios em cadência

Vicissitudinários
Marcados indelevelmente
Por forças intrínsecas e decadentes

Gritai tolos!
Gritai ao mundo que vos não ouve!
Mas gritai!

Nas mãos a vida rasgada…
Valsa Lenta

sexta-feira, abril 04, 2008

À Minha Heroína


A minha Amada fez algum acto heróico?
Sim!

Esse acto heróico foi fruto de um reflexo pondo em risco a própria vida?
Não!

A minha Amada é uma heroína
Que no silêncio do seu dia
Luta, chora e ri

A minha Amada é uma heroína
Que com a sua filha
A cria, educa e brinca

Que cedo se ergue dos sonhos
Se trata cuidadosamente
E à sua menina para mais um dia

Que trabalha arduamente
E o seu corpo e mente
Cansadamente resistem

Que mais uma vez
Com a filha querida
A cuida amorosamente (banhinho, jantar, momentos de lazer)

A minha Amada é uma heroína
Que do cansaço se esquece
Para um abraço me dar

E mais um dia… e outro… e outro…

Por tudo isto é a minha muito Amada Heroína!

Sua Valsa-Lenta

segunda-feira, março 31, 2008

A uma mulher amada




"Ditosa que ao teu lado só por ti suspiro!


Quem goza o prazer de te escutar,


quem vê, às vezes, teu doce sorriso.


Nem os deuses felizes o podem igualar.



Sinto um fogo sutil correr de veia em veia


por minha carne, ó suave bem querida,


e no transporte doce que a minha alma enleia


eu sinto asperamente a voz emudecida.



Uma nuvem confusa me enevoa o olhar.


Não ouço mais. Eu caio num langor supremo;


E pálida e perdida e febril e sem ar,


um frêmito me abala... eu quase morro... eu tremo."


(Safo)
(fragmentos de um poema)

segunda-feira, fevereiro 25, 2008


Quem dera gritar aos ventos

e dizer o quanto a Amo!


Minha princesa e Mulher...


Valsa Lenta

sexta-feira, fevereiro 01, 2008


Não sei se o que escrevo é poesia

se meras palavras conhecidas


como pedras da calçada polidas

por pés desgastados e torturados de cansaço


Não sei se o que escrevo é poesia

se meras palavras conhecidas


como cores desbotadas e frias

por corpos que os vestam sombrios


Não sei se o que escrevo é poesia

se meras palavras conhecidas...




quinta-feira, janeiro 31, 2008


Quero-a até ao entardecer das nossas vidas...




Doce beijo meu anjo




Sua


valsa-lenta

terça-feira, janeiro 29, 2008

Danço uma valsa descontínua

Em pensamentos que se perdem



E sorrio...



Pouso suavemente

Na delicada flor que o meu amor É



E sorrio...


Um doce beijo minha amada

Sua
Valsa-Lenta

sexta-feira, janeiro 25, 2008

Num pavio de voz
ainda segredo
não morras....
Mas, de velas rasgadas em alto mar
esmagado pelas ondas bravias
Olha para mim chorando e dizendo baixinho
Não quero... mas, não sei!

My heart... please...