No fundo do mar há brancos pavores,
Onde as plantas são animais
E os animais são flores.
Mundo silencioso que não atinge
A agitação das ondas.
Abrem-se rindo conchas redondas,
Baloiça o cavalo-marinho.
Um polvo avança
No desalinho
Dos seus mil braços.
Uma flor dança,
Sem ruído vibram os espaços.
Sobre a areia o tempo poisa
Leve como um lenço.
Mas por mais bela que seja cada coisa
Tem um monstro em si suspenso.
(Sophia de Mello Breyner Andresen 1919-2004)
Natureza
Há 6 dias
4 comentários:
Valsa Lenta
Sophia é sempre Sophia e este poema é lindissimo.
Pelo direito à diferença e igualdade de oportunidades VIVA O 1º.DE MAIO!
Abraço
Minha querida, magnifico poema pelo qual de deixo um abraço e os Parabéns..
Valsa Lenta
O céu e o inferno estão dentro de nós e somos nós que temos que os gerir.
Abraço, minha querida
Lindo poema,adorei.
Beijinhos
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